Bali Belly

Fernanda bem que avisou e orientou. Deveríamos tomar uma medicação específica 7 dias antes de viajar para Bali e mantê-la durante nossa permanência na ilha. Também deveríamos escovar os dentes usando água mineral ao invés de água da torneira. Para beber, impreterivelmente, água mineral. E todo o cuidado com a procedência do gelo (sempre confirmar se é “good ice”, gelo bom), frutas e verduras. Se possível evitar, ou, comer apenas o que é servido no hotel. Em termos de alimentação, poderia me definir como uma avestruz: como de tudo, misturado, doce, salgado, apimentado e não lembro a última vez em que tive problemas estomacais ou intestinais. Com meu marido, a história é exatamente o oposto. Assim, quando ele amanheceu no penúltimo dia de Bali com uma leve diarreia, fiquei de cabelo em pé. Óbvio, que ele não seguiu as recomendações da filha – com exceção de beber exclusivamente água mineral – alegando que era frescura da nossa filha, mimada pelos padrões australianos, de tomar medicação preventiva e escovar os dentes com água mineral. Pois bem. O primeiro dia de Bali Belly – ou Bali Bug – como é chamada a doença (uma espécie de intoxicação alimentar comum em turistas desacostumados com a comida e a água de Bali)) foi relativamente tranquila. O corte da alimentação, a ingestão de muito líquido e um soro caseiro pareciam ser suficientes. Depois do dia de aventura, a noite foi reservada para um último drink e um inesquecível e leve jantar. Mas, o que estava reservado para nós foi um revertério total no quadro tranquilo de Bali Belly. Em menos de 15 minutos, a dor de estômago atingiu a categoria 9, a febre passou dos 40 graus e a diarreia ficou líquida e fétida (haja perfume francês pra desodorizar o quarto e o banheiro). O que fazer? Chamar um médico, uma ambulância? Busquei ajuda no hotel. Nada. Meu inglês enferrujado e o péssimo inglês indonésio não chegaram a um acordo. O jeito foi ter paciência e usar os recursos de que dispunha: um Gastro Stop australiano, meu Biofenac DI para cólicas menstruais e um Dorflex. Faltava o remédio pra febre. Enquanto isso, toalhas úmidas esfriavam o corpo em brasa febril do meu marido. Depois de medicado, o quadro foi gradativamente melhorando. Felizmente, não precisamos procurar atendimento médico, mas o Bali Belly se estendeu ainda por uns 7 dias. Passado o susto, meu marido comentou que ficou com medo de ser trazido de volta ao Brasil num coco amarelo (tradição balinesa de acomodar os restos mortais cremados dos entes queridos e depois jogá-los ao mar ou rio), e prometeu seguir à risca qualquer sugestão de cuidados preventivos quando o assunto for viagens aos países em desenvolvimento (principalmente os países asiáticos). Quanto a mim, o susto serviu para incrementar ainda mais os medicamentos de viagem: além dos remédios básicos que costumo carregar (Biofenac DI pra cólicas, Dorflex pra dores e Neosaldina pra enxaqueca) a ideia é acrescentar um remédio pra febre tipo Tylenol, um para dores estomacais, tipo Buscopan e um para diarréias, tipo o Gastro Stop australiano. Outra dica é usar as garrafinhas de água e fazer no próprio hotel o soro caseiro com açúcar e sal: fácil, rápido e prático. Pesquisei na internet as quantidades de cada um e foi o companheiro no retorno ao Brasil. E óbvio, ser cuidadoso com a comida e com a água consumida.

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