Estudando a flora – o incrível universo das árvores

Depois de anos lendo e estudando o comportamento humano, decidi me aventurar pelo estudo das plantas. Repaginar o jardim da casa da minha mãe me fez estudar sobre o assunto, tipo: plantas que gostam de sol, as que preferem lugares úmidos e sombras, as mais resistentes, as permanentes, enfim … o paisagismo em si. Quando e como podar as plantas, como exterminar formigueiros e outras pragas, quando adubar, etcetcetc.  Apesar de radicalizar e colocar abaixo árvores e arbustos – comprei inclusive uma motosserra – minha relação com o reino vegetal é extremamente respeitosa. Abracei e pedi perdão a cada planta que mandei cortar; abraço árvores em parques pq sei da energia que captam ao longo dos anos/séculos/milênios e a distribuem gratuitamente. Elas dão trabalho, e mesmo assim, me divirto com elas. Então li “A revolução das plantas” do italiano Stefani Mancuso. A partir desta leitura comecei a me interessar mais e mais pela flora, o reino vegetal. Nada a ver com ecologia, mas sim com a sociedade das plantas/árvores e como elas escolheram evoluir e sobreviver de maneira muito diferente da fauna. Existem árvores com mais de 3000 anos. Animais, não. Foram extintos. E aí me deparo com uma viagem pelos sentimentos e escolhas das plantas. “A vida secreta das árvores” tem sido uma leitura incrível. Como as árvores cuidam uma das outras, como se comunicam, como se reproduzem e escolhem quem vai sobreviver e quais se transformarão em humus, etiqueta e escola no reino vegetal …. Bom pensar, refletir e caso se interesse, estudar. Já tenho uma lista de livros a serem adquiridos futuramente. Por enquanto este tem sido um tema inquietante que tem me intrigado muito. Pode parecer maluquice, mas muitas observações e conclusões de pesquisadores, tem colocado várias pulgas atrás das minhas orelhas.

Gosto disso. 

Assim como na psicologia nem tudo está visível aos olhos, mas está lá. Também no universo das plantas, o mesmo acontece. O ritmo lento adotado pelo reino vegetal nos faz perder processos de sobrevivência e adaptação. Muito acontece sob a terra ou acima das copas; elementos como fungos, pássaros, o vento, o sol, a chuva, aromas e cores participam ativamente na formação e adaptação das florestas. Ou sejam, existe um ecossistema complexo e pouco compreendido por trás da manutenção de árvores solitárias ou florestas gigantescas. 

O que será dos nossos livros?

E pensar que tudo começou quando li que Susan Sontag vendeu sua biblioteca com 20 mil livros por 1 milhão de dólares. Depois soube que a biblioteca de Alberto Manguel tinha 35 mil livros. Soube de outros escritores e colecionadores de livros que tinham entre 3 e 5 mil livros em suas bibliotecas paticulares.

Fiquei curiosa.

Quantos livros tem na minha biblioteca? 

Não contabilizei nem revistas, livros infantis (deveria, pois aí estão Moby Dick, O diário de Anne Frank, Robinson Crosué, O mundo de Sofia, entre tantos outros clássicos) e os livros técnicos de engenharia do meu marido.

Depois do faxinão anual que costumo fazer, tirando a poeira, limpando com pano úmido e depois seco e depois deixando respirar ao sol, decidi contar a quantidade de livros que amealhei ao longo da minha vida: são livros técnicos de Psicologia (uma biblioteca bem sortida, fruto da formação e 3 especializações. Polpuda, e certamente, desatualizada), livros de culinária, as obras de Freud, livros de viagens, literatura nacional e internacional, livros de poesia, contos e crônicas, entre tantos outros, escritos por amigos, presentes, livros bons, lidos e não lidos. Lembrei de vários livros emprestados e perdidos na vida.

Contei 1.200 livros aproximadamente. Destes devo ter lido mais da metade. Certamente.

Sei do trabalho que foi, é e continuará sendo, organizá-los e deixá-los saudáveis (livres de poeira, umidade, bolor, cupins e traças). Fico imaginando o estado destas bibliotecas com milhares de exemplares!!!!Quem e como cuidam delas? Uma missão colossal.

Quando infartei, no começo de 2022, à medida que ia me recuperando pensei no destino da minha biblioteca, caso tivesse partido. Segundo Miguel Sanches Neto, escritor paranaense, em seu livro “Herdando uma biblioteca”, recentemente relido, o pior inimigo de uma biblioteca são os herdeiros.

Meus filhos.

Chamei-os para uma conversa séria e ambos concordaram em não vendê-la a um sebo. O combinado é que ela seja doada para a biblioteca pública da cidade onde nasci e cresci.

Minha preocupação agora tem sido o destino das telas “à la Pollock” que revestem as paredes de minha casa. São dezenas de momentos e emoções únicas. Não que eu pretenda partir em breve, mas, o que será delas, quando eu partir? Meu ímpeto artístico e literário tem balançado com as possibilidades de destinação daquilo que me é tão precioso. 

Imagino que não esteja só nesta apreensão

Por ora, continuo incrementando minha ainda biblioteca. Amo os livros, sua companhia, a diversão, o conhecimento e as viagens literárias que cada um me proporciona. 

Se hoje não empresto nenhum livro à ninguém, no futuro, meus livros serão de todos.

Organizando livros

“Aproveitem o espaço, 

este sol maravilhoso,

jájá voltam todos para a biblioteca”

– escura, empoeirada e apertada –

“Gostaram dos companheiros da noitada?

Sinto dizer, mas a maioria volta pro mesmo lugar,

com o mesmo companheiro do último ano.”

Minha empregada ri.

“Tá rindo do que?”

“Da senhora falando com seus livros.”

Dou-me conta de que ando falando com gente esquisita:

plantas, animais, livros, a casa que me cerca, o mar, o sol, a lua, as estrelas, as conchas…

isso quando não estou falando comigo mesma.

De qualquer forma, amo estes monólogos imateriais.

Coisa de gente louca, para alguns

Coisa de gente sozinha, para outros.

Tá tão complicado dialogar com as pessoas!!!!!

É quando organizo meus livros que fico mais preocupada:

Sei que os li – a grande maioria – mas não lembro de tê-los lido.

Nada que leio me soa familiar.

A genética familiar para Alzheimer me assombra.

Ao manusear o livro “Para sempre Alice” de Lisa Genova sinto calafrios.

Não sei se por ter assistido ao filme e lido o livro, mas

lembro de detalhes da história que aborda a doença degenerativa de uma profissional jovem e dinâmica.

Em parte, leio muito, pois sei que a leitura é um dos melhores exercícios para ativar a memória.

Mesmo assim, esqueço.

Penso em reler alguns títulos. Desisto.

Minha amiga Mônica, enfática, dizia:

“Tem livro bom demais para ler. 

Pra que perder tempo com livros ruins?”

Parafraseando minha amiga:

Pra que perder tempo com livros que não deixaram nenhuma marca? Nenhuma pista?

Melhor ler os novos.

E o que fazer com as revistas?

A coleção de revistas Cláudia e Viagem – de quem fui assinante por anos – foi doada. Várias revistas, livros escolares, de publicidade e de leituras obrigatórias também. Presídios, escolas e creches certamente aproveitaram as caixas recheadas. Mantenho minhas revistas Casa Vogue.Não consigo me desfazer delas. De tempos em tempos, distribuo alguns exemplares pela casa:

A decoração é atemporal. A Casa Vogue também. Os olhos se enchem e a casa se enche de novas e antigas imagens e ideias. É esta a ideia de decoração vibrante e atemporal que me formou decoradora. Reviso meus conteúdos de x em quando. De olho nas antigas Casa Vogue. Será que ainda são publicadas?

Livros de poesia. Adoro. Pra ler num vapt vupt.

Tem poesia que precisa ser relida: 

uma, duas, três, tantas vezes forem necessárias.

Decidi esparramar poesia, arte e decoração por toda casa.

Livros, livros, livros e mais livros.

Uma poesia por dia? E pq não?

São tantos livros …

Quem sabe o desafio tome jeito. Vou tentar.

Assim deixo esta turminha respirando por mais tempo.

Vou poetizar.

Terceiro dia entre os livros: Cansei.

Olho na mesa ao lado: continua empilhada de livros.

O escritório/biblioteca continua um caos. 

Sabe quando bate aquela apreensão?

Me informaram que amanhã chega visita. Sinto muito,

vou logo avisando. Vão ter de conviver com meus amigos desencarcerados e esparramados pela casa.

Meu marido diz que não dá. Nem ele consegue conviver com esta desarrumação.

Problema dele.

Se é pra juntar amigos, que todos se respeitem.

Posso garantir espaço nas poltronas. 

As mesas já estão ocupadas.

É nesse ponto que me perco. 

Nas últimas prateleiras. Nos últimos livros:

tem indiano, sueco, alemão, sul-africano, sudanês.

Tem tudo e todos.

Tudo vira uma grande salada de estilos.

Tem livros bons, livros da adolescência, da época da universidade, tem livro que nunca li nem vou ler, livros abacaxis, tem pra todos os gostos e maus gostos também…

Como ajeitar todo este povo?

Assim como gente, 

tem livro que não se adapta, nem se encaixa.

São únicos. Excepcionais?

Não necessariamente geniais.

O fim de semana foi de caminhada, conversa com os amigos, pizza, descanso.

A biblioteca está hibernando. 

Alguns livros continuam nas mesas respirando e aguardando.

E eu me calibrando. Tem muito ainda a fazer.

“Poemas” de T.S. Eliot tem me acompanhado.

Ando boiando nas poesias de 1920. 

Leio e releio, releio de novo.

Minha leitura de respiração. 

Respiro e leio. Bóio entre as linhas.

Respiro.

Certeza de não precisar comprar mais nenhum livro.

Há muitos ainda para ler, muitos pra reler.

Enquanto der, reponho.

Colinas agradece.

Quando eu morrer, a pequena cidade onde nasci,

herdará minha biblioteca. Testamento pronto.

“Encaixotando minha biblioteca” de Alberto Manguel

me inspira,

 e CÉUS, a biblioteca dele tinha 35.000 livros

– 15.000 a mais que Susan Sontag –

desumano e divino. Acho.

Esta biblioteca estava instalada num celeiro, no interior da França, onde ficou por mais ou menos 15 anos.

Alberto Manguel foi morar num ap em New York.

Que destino foi dado a estes livros?

O fim desta empreitada literária é uma viagem:

livros trazidos de todas as partes de mundo, livros de viagem, mapas, guias da Folha de São Paulo, etcetcetcetc

Livros dos meus filhos. Kevin &Haroldo, Onde está Wally, Uma história por dia, Cinderela, Mobby Dick, A Bela Adormecida …

Retirei adornos e decorações.

Apaixonada pelo clean do espaço. 

Enfim, limpo. Organizado.

(Vislumbro as gavetas, material de papelaria, documentos, pastas, cartões, papeis, equipamentos antigos. Esta parte não me pertence. Irritada com o agito que me cerca. Rita Lee morreu. A tristeza é avassaladora. “Herdando uma biblioteca” de Miguel Sanches neto será meu companheiro do dia.) 

O que li nos dois últimos anos


Faz tempo que não escrevo sobre o que ando lendo. De fato, ando lendo de tudo
um pouco. Várias releituras, livros encalhados e novos, indicações de pacientes,
colegas e amigos, e desde 2021, livros do Clube TAG. Todo final de mês recebo
uma caixa com o livro do mês (as xs dois) algum mimo, um roteiro de leitura com
dicas de livros semelhantes, músicas para embalar a leitura, enfim … a
experiência me lembrou de quando eu fazia parte do Clube do Livro, na década
de 70. Sinceramente, estou avaliando se continuo ou não sendo sócia da TAG.
Tem livro excelente, outros nem tanto. Ando saudosa das tardes entre os livros
na livraria, da minha eterna e infinita listinha de indicações, encomendas, Black
Fridays com preços baixézimos. Dias atrás fui ao shopping em busca de
presentes de Natal. E livros são presentes que adoro dar e não podem faltar. Fiz
minha encomenda, comprei pra dar de presente (reavaliando ….) e comprei dois
livros da minha famigerada e ultrapassada lista de livros indicados.
Na livraria, fiquei atônita com a quantidade de livros, autores e títulos. Quanta
novidade!!!A vontade era de levar de braçada. Masmasmas … tem o gasto fixo da
TAG, tem livros a perder de vista ainda não lidos. Outros tantos que quero reler.
Sem contar as Obras de Freud, que aguardam leitura e estudo há uma vida, pelo
menos.
Relendo posts antigos percebi que não publiquei nem a lista dos livros lidos em
2021, nem a de 2022, quase finalizada. Por isso, seguem as listas:

  1.  Claraboia – José Saramago
  2. Consciência à flor da Pele – John Updike
  3. O formigueiro – Ferreira Gullar
  4. Primeiro Caderno do alumno de poesia – Oswald de Andrade
  5. A crise da meia-idade feminina – Sue Shellenbarger
  6. A revolução das plantas – Stefano Mancuso
  7. A consciência de Zeno – Ítalo Svevo
  8. Assim foi Auschwitz – Primo Levi
  9. Arte como terapia – Alain de Botton&John Armstrong
  10. Herois Comuns – Scott Turow
  11. Sol da meia-noite – Stephenie Meyer
  12. A trança – Laetitia Colombani
  13. Terra Americana – Jeanine Cummins
  14. Meu corpo minha casa– Rupy Kaur
  15. Ser artista (Guia para uma carreira sólida no mundo da atuação) –
    Marcos Montenegro com Arnaldo Bloch
  16. Toda luz que não podemos ver – Anthony Doerr
  17. Casais em perigo (Novas diretrizes para terapeutas) – Peggy Papp
  18. Tudo é rio – Carla Madeira
  19. A ridícula ideia de nunca mais te ver – Rosa Montero
  20. Enclausurado – Ian Mc Ewan
  21. Segredos – Domenico Starnone
  22. O livro das Semelhanças – Ana Martins Marques
  23. Herdando uma biblioteca – Miguel Sanches Neto
  24. Encaixotando minha biblioteca – Alberto Manguel
  25. Woody Allen – A Autobiografia
  26. A trégua – Mário Benedetti
  27. Os cem anos de Lenni e Margot – Marianne Cronin
  28. Aprender a falar com as plantas – Marta Orriols
  29. A biblioteca à noite – Alberto Manguel
  30. Correspondências – Clarice Lispector
  31. Água viva – Clarice Lispector
  32. O museu do silêncio – Yoko Ogawa
  33. O arroz de Palma – Francisco Azevedo
  34. Um amor de gato – Melinda Metz
  35. Clara da luz do mar – Edwidge Dandicat
  36. Perdas & Ganhos – Lya Luft
  37. Pensar é transgredir – Lya Luft
  38. É tudo tão simples – Danuza Leão
  39. Roube como um artista – Austin Kleon
  40. A Parisiense – Inês de La Fressange
  41. Bonsai – Alejandro Zambra
  42. Erros fantásticos – Neil Gaiman
  43. Sete minutos depois da meia-noite – Patrick Ness
  44. Na sala com Danuza – Danuza Leão
  45. Trem Bala – Martha Medeiros
  46. Feliz por nada – Marta Medeiros
  47. Coisas da vida – Martha Medeiros
  48. Fique comigo – Ayobami Adebayo
  49. Divã – Martha Medeiros
  50. Quase tudo, memórias – Danusa Leão
  51. Lições de vida das grandes heroínas da Literatura – Erin Blakemore
  52. Seca – Jane Harper
  53. Eu sou eles – Francisco Azevedo
  54. Southernmost – Rumo ao sul – Silas House
  55. Tempo de migrar para o norte – Tayeb Salih
  56. Indígenas de férias – Thomas King
  57. Uma questão de vida e morte – Irvin Yalom & Marilyn Yalom
  58. A caderneta de endereços vermelha – Sofia Lundberg
  59. Mulheres de minha alma – Isabel Allende
  60. O meu melhor – Martha Medeiros
  61. Você não está sozinha – Seraphina Nova Glass
  62. Casas Vazias – Brenda Navarro
  63. O parque das irmãs magníficas – Camila Sosa Villada
  64. K. – B. Kucinski
  65. Com armas sonolentas – Carola Saavedra
  66. Talvez vc deva conversar com alguém – Lori Gottlieb
  67. Antes que o café esfrie – Toshikazu Kawaguchi
  68. A ilha das árvores perdidas – Elif Shafak
  69. As melhores dicas de Garden Design n. 1 – Um guia prático e de
    inspirações
  70. Apocalipse Bebê – Virginie Despentes
  71. Um Caso Mortal – Agatha Christie
  72. Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco – Geffo Pinheiro
  73. Cartas a um jovem terapeuta – Contardo Calligaris
    Difícil indicar o melhor.
    “A Revolução das Plantas” de Stefano Mancuso em 2021 e “O parque das irmãs
    magníficas” de Camila Sosa Villada em 2022 são memoráveis. O primeiro pelo
    tema absolutamente novo e singular: a flora vista como um enorme organismo
    vivo em movimento e constante evolução. Surpreendente.
    ”O parque das irmãs magníficas” é por demais impactante. O universo LGBT
    retratado de forma única.
    Ambos, valem a leitura.

Povo em pé – Raizes/Doação

Às vésperas de viajar ao RS, entre os preparativos da viagem e a bagunça do meu produtivo ateliê, me deparo com o livro “As cartas do Caminho Sagrado” de Jamie Sams. Gosto de brincar com as cartas que acompanham o livro, em busca de orientação, pausa e estímulo. Embaralhei as cartas, abri em leque, virei-as de ponta cabeça, passei as mãos por sobre e abaixo delas – transmitindo minha energia pessoal e corporal – e retirei, ao acaso, uma carta. A carta do dia foi a de número 5, Povo-em-Pé. O que ela me disse, ou, como entendi:

“A carta do Povo-em-Pé nos fala de raízes e de doação. Devemos nos reabastecer sempre, através de nossa ligação com a Terra, para podermos doar livremente, sem nos exaurirmos. A raiz do Ser está ali onde está a força. Esta raiz deve estar plantada firmemente no solo de nossa Mãe Planeta. Sem esta conexão os sonhos não poderão se manifestar, e os nossos atos de doação não poderão ser recompensados pela Mãe Terra. Caso vc esteja “viajando”pelo espaço afora, pare um pouco e reconecte-se com aTerra. Silencie-se e torne-se Uno com as árvores para poder observar melhor tudo aquilo que está crescendo neste momento em sua floresta interna. As raízes de todas as respostas para a vida física podem ser descobertas aqui mesmo na Terra. Estude a sua árvore genealógica e busque a força oferecida pelos seus Ancestrais. Ao erguer bem alto os seus galhos, buscando a luz do Avô Sol, verá como as suas raízes continuam a prendê-lo na Terra. Assim, será construída uma ponte equilibrada para o Mundo dos Céus.

O Povo-em-Pé lhe pede que vc se doe mais. Pergunte a si mesmo se está realmente disposto a dar e receber. Observe a raiz de cada bênção com profunda gratidão.Perceba qualquer bloqueio que esteja prejudicando o seu processo de enraizamento ou a sua capacidade de mergulhar mais fundo nas coisas. A seguir, remova esta sensação limitadora e passe a mergulhar mais fundo até obter as respostas que procura. Lembre-se de que nós também somos a raiz do futuro e de que é através das nossas vidas que as futuras gerações serão alimentadas. Afaste-se de tudo aquilo que possa inibir seu crescimento. Deste modo vc poderá erguer a cabeça, orgulhoso, toda vez que estiver no meio de seus parentes Árvores.”(pg 87/88)

Voltar ao RS é voltar pra casa. É me reabastecer e recuperar minha energia. É me reconectar a quem realmente sou. Entre as montanhas e o rio, entre amigos e conhecidos, entre o passado e o presente, visualizo o futuro. É lá que estão minhas raízes e os galhos que precisam e querem se expandir.

Preciso, urgentemente, trabalhar nisso.

Coletânea de Cartas

Enfim, um trabalho digital. Nada de ebook, por enquanto. Apenas o resultado de um curso de cartas, em que alguns se dispuseram a participar de uma coletânea: 2 cartas e 2 bilhetes por pessoa.

Gostei.

Se a ideia é não deixar passar em branco, vai aí o link com um pouco do que poucos fizeram. Uma ótima leitura.

https://bit.ly/coletanea-cartas-turma3-lume-202

O que ando lendo

Pouco. Muito pouco mesmo. Faz mais de mês que me arrasto com o livro de Scott Turow: “Heróis comuns”, sobre a Segunda Guerra Mundial. Meio livro lido. Mais de 200 páginas de um total de 420. Tenho lido vários livros sobre este período histórico. O objetivo é me preparar para ler a biografia de Hitler depois de 4 tentativas fracassadas. 

Se bem que, fevereiro também não foi um mês muito bom para a leitura.

1. “A consciência de Zeno” consumiu pelo menos duas semanas de leitura estafante, meticulosa e pouco atrativa. Se tivesse prestado mais atenção, teria começado lendo o último capítulo sobre a Psicanálise e só então iniciaria a leitura. Escrever o livro foi a prescrição psicoterapêutica feita pelo psiquiatra de Zeno para aplacar seu vício por cigarros. 

2. “Assim foi Auschwitz” de Primo Levi e Leonardo de Benedetti, conta o que foi o Holocausto e Auschwitz através de textos e testemunhos. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, pouco se falava sobre o assunto dos campos de extermínio. Os dois escritores sobreviveramnos campos de concentração nazistas e tomaram para si a missão de quebrar o silêncio, documentar, escrever e publicar sobre o ocorrido, a fim de evitar que este horror aconteça novamente.

3. “Arte como terapia” dos filósofos Alain de Botton & John Armstrong é uma leitura muito interessante. Como arteterapeuta, foi o primeiro texto de arteterapia que li nestes últimos anos. O papel e a importância da arte como terapia, como símbolo e identidade pessoal, regional, nacional e internacional. Pra quem gosta do assunto, o livro apresenta obras de arte e projetos arquitetônicos conectados ao contexto histórico. 

4. “Clarice Lispector – Pinturas” de Carlos Mendes de Sousa – Vc sabia que Clarice Lispector também pintava? No livro aparecem fotos das obras de Clarice, seu interesse pela pintura, amigos artistas, reportagens e entrevistas e conecta a escrita e a pintura da escritora. 

PS. Sorry!!!! Além de ler pouco, tenho escrito pouco também. E o pouco que escrevo tem sido tipo “anotação”. Nada de grandes revisões. Tem valido mais o registro da vida que segue e acontece. Uma hora, quem sabe, talvez num passe de mágica tipo varinha de condão, se abra um portal e a literatura volte a aparecer.

O que li em janeiro

  1. Claraboia – José Saramago
  2. Consciência à flor da Pele – John Updike
  3. O formigueiro – Ferreira Gullar
  4. Primeiro Caderno do alumno de poesia – Oswald de Andrade
  5. A crise da meia-idade feminina – Sue Shellenbarger
  6. A revolução das plantas – Stefano Mancuso
  7. A consciência de Zeno – Ítalo Svevo

Iniciei 2021, sem querer, com uma releitura. “Claraboia” de José Saramago. 

“Consciência à flor da pele” de John Ukdike foi recomendado em alguma aula de Escrita Criativa, tipo autobiografia de ficção, algo do gênero. Comprei o livro na Estante Virtual, e tirando alguns capítulos entediantes (a carta aos netos com a Árvore Genealógica da família) gostei de saber sobre o autor e a maneira como ele aborda questões familiares e de saúde pessoais. Interessante a narrativa literária que a história de cada um pode render, e sim, fiquei divagando sobre quais momentos meus eu escreveria num formato de auto-ficção, um gênero literário ainda muito atual.

“O Formigueiro” de Ferreira Gullar me surpreendeu pela  criatividade da apresentação de uma única poesia curta, distribuída de forma aleatória, feito um formigueiro. Uma brincadeira interessante. Leitura de 15 minutos. Ideia de arte e poesia. Chamo este estilo de leitura, de livro de respiração. Leve e lindo. De fácil digestão e pouca inquietação.

“O primeiro Caderno do alumno de poesia” de Oswald de Andrade aborda a garatuja poética do escritor. O começo da poesia e ilustrações de Tarsilla do Amaral. Um pouco da história da poesia. Tanto “O Formigueiro” como o “Primeiro caderno do alumno de poesia” são livros de arte pra colocar na mesa de centro ou de apoio da sala principal, pra ler e curtir numa sentada.

Já o livro de Sue Shellenbarger  “A crise da meia-idade feminina” pode ser classificado como livro de autoajuda. Este vai para a lista dos que indico e prescrevo. Li e adorei a perspectiva da autora que tira de cena a relação meia-idade/menopausa X velhice. Renovação e reinvenção de si mesma é o que melhor define a mulher madura. Um texto leve e divertido, tendo a teoria junguiana como lastro. “Shellenbarger delineia seis arquétipos – a Aventureira, a Amante, a Líder, a Artista, a Jardineira e a Buscadora -, que enfrentam a crise da meia-idade de seis maneiras – Explosão Sônica, Moderada, Queima Lenta, Fogo de Palha, Ataque de Fúria e Início Adiado. Contrariando a sabedoria popular, ela afirma que, na meia-idade, as energias vitais de alegria, sexualidade e autodescoberta estão borbulhando dentro das mulheres, de maneira mais poderosa e convincente do que nunca.” (texto da contra-capa).

“A revolução das plantas” de Stefano Mancuso aborda o universo das plantas de forma única: nos apresenta as plantas como seres inteligentes cuja autonomia energética liga-se a uma arquitetura cooperativa, sem centros de comando (cérebro), com capacidade de aprender, se comunicar e memorizar. Enquanto os animais (aí incluídos os humanos) se movimentaram para sobreviver desde os primórdios da humanidade, as plantas optaram por ficar paradas (tipo os Ents do clássico e famoso Senhor dos Anéis); enquanto os animais são rápidos, as plantas são lentas; animais consomem, plantas produzem; animais geram CO2, as plantas fixam CO2 … e assim por diante. Muitas das soluções desenvolvidas pelas plantas são o oposto das criadas pelo mundo animal. Sem dúvida, a leitura faz pensar e refletir. E o universo da flora começa a ser percebido de um jeito novo e impressionante. Além de sacadas geniais, o livro aborda pesquisas a nível espacial e mostra o quão vivas e participativas as plantas podem ser. Engana-se quem pensa que as plantas são meros detalhes paisagísticos e decorativos.

Finalizando o mês “A consciência de Zeno” de Ítalo Svevo. 

15 páginas lidas já é um começo. 

Releituras

Faço muitas. Adoro reler livros de que gostei. Muitos livros releio pelo enredo, outros pela técnica, os livros técnicos que pedem uma revisão, outros para fazer uma maratona de um determinado autor. Outros nem sei bem pq. Foi o que aconteceu com Claraboia de José Saramago. Não lembrava de já ter lido o livro. À medida que avançava na leitura fui me deparando com cenas que me soavam muito familiares. Intrigada, fui pesquisar no blog e encontrei uma anotação de 2013. Já havia lido o bendito livro. Havia reparado que o livro, mesmo super bem conservado, já andara nas mãos de algum leitor razoavelmente cuidadoso. Euzinha.

Coisas de memória. E assim, assistimos filmes que, por conta de uma cena, percebemos que já vimos em outro momento. O mesmo acontece com os livros. Mesmo percebendo tratar-se de uma reprise ou uma releitura, muitas cenas/capítulos nos parecem novos, enquanto outros, vão desbravando-se e nos levando cena após cena, capítulo após capítulo , numa corrente de lembranças até chegarmos ao final.

Pois, Claraboia foi se desnudando aos poucos. Foi a primeira releitura do ano com cara de leitura nova.

Sobre o livro? Super recomendo.  

A literatura em 2020

A literatura em 2020

2020 não foi um ano de muitas leituras, nem de muitas estripulias literárias. O curso literário para a Preparação do Romance, foi a meta do ano. Escrevi mal e porcamente, umas 30 linhas do dito romance, perdidas entre arquivos e pastas recheadas de assuntos e temas iniciados e abandonados. 

O ano foi, literalmente, de colocar a mão na sujeira e na bagunça. Na terra e na tinta. Nas lixas, enxadas e pinceis. Nas agulhas e sabão em pó. 

De qualquer forma, mantive sempre um livro na cabeceira. Às vezes, mais de um. A lista abaixo é a dos livros lidos. Acredito que se tivesse anotado os que comecei a ler, mas não terminei ou pouco evolui, teria mais uns 30 livros para citar.

Difícil indicar ou comentar qualquer um deles. De um jeito ou de outro, gostei de todos. 

  1. a bruxa não vai para a fogueira neste livro – amanda lovelace
  2. Vidas Provisórias – Edney Silvestre
  3. Drácula – Bram Stoker
  4. Hamlet – Willian Shakespeare
  5. Esboço – Rachel Cusk
  6. A sabedoria da natureza – Roberto Otsu 
  7. A garota do lago – Charlie Donlea 
  8. O talentoso Ripley  – Patricia Highsmith
  9. A Uruguaia – Pedro Mairal
  10. A hora da estrela – Clarice Lispector
  11. O reino do dragão de ouro – Isabel Allende
  12. Terapia do chocolate – Cathy Lamb
  13. Lavoura Arcaica – Raduan Nassar
  14. Os detetives selvagens – Roberto Bolaño
  15. A Paciente Silenciosa – Alex Michaelides
  16. O poder do jardim – Roberto Araújo
  17. A revolução dos bichos – George Orwell
  18. Respiração Artificial – Ricardo Piglia
  19. a princesa salva a si mesmo neste livro – amanda lovelace
  20. 1984 – George Orwell
  21. O conto da Aia – Margaret Atwood
  22. O tatuador de Auschwitz – Heather Morris
  23. Sontag – Benjamin Moser
  24. Não é mais como antes – Massimo Recalcati
  25. Intervenções críticas em psicoterapia – Haim Omer
  26. Mitologia Nórdica – Neil Gaiman
  27. Tristes, loucas e más – Lisa Appognanesi
  28. Mentiras Privadas – Frank Pittman
  29. O caderno de receitas de meu pai
  30. Tristes, loucas e más – Lisa Appignanesi
  31. O Ickabog – J.K. Rowling

Neste momento estou com vários livros na cabeceira, decidindo qual será o título que iniciará o ano. Pois, que seja. “O poder do Agora” de Eckhart Tolle é o primeiro candidato sério. Tem também “Banquetes Intermináveis” de Ruth Reichl, livro iniciado e parado na página 102. Sigamos. Que em 2021, muitos livros interessantes pululem no meu criado mudo, sejam lidos, refugados, interrompidos. A hora deles, certamente chegará.

20.000 livros

20.000 livros

Foi o que chamou minha atenção da biografia de Susan Sontag. Ela vendeu sua biblioteca a uma universidade norte-americana pelo valor de hum milhão de dólares. Dinheiro este, usado para a compra de um apartamento para seu filho. 20.000 livros é muita coisa.

Por isso, ao arrumar, limpar e reorganizar a biblioteca me vejo contando meu acervo literário. Mal comecei a epopeia (que deve durar ainda uns 3 dias) e me vejo já cheia de dúvidas: devo contabilizar os livros de meus filhos (requisitados e lidos), a enciclopédia Barsa que era de uso familiar, os livros de viagens, o coleção de Casanova que herdei de meu pai?

… ainda vou decidir. Tem uma fileira de livros de engenharia, livros de publicidade da minha filha, tem os “Onde está Wally?”, “Kalvin e Haroldo”, “Uma história por dia, da Disney”, enfim, o acervo de toda a família: muitos livros foram doados ao longo dos anos (principalmente leituras obrigatórias, livros escolares, atlas e dicionários). Grande parte do que restou, ou é meu, ou do meu marido. 

Por enquanto estou contando. Cheguei em 780 livros, faltando os livros que estão na casa de Lajeado, o nicho não trabalhado, os livros de culinária, os emprestados … enfim, devo chegar aos 1000 livros. 

E 20.000 livros é livro demais. 

Pra variar, andei perdendo anotações … faz parte

Como entender, e pior ainda explicar, que perdi o arquivo “Livros lidos em 2019”? Na beira da piscina, uma cervejinha gelada, distraída, salvei uma poesia na pasta pra postar. Substitui 48 títulos lidos por uma poesia. Ao longo dos anos perdi muitos arquivos e documentos com bobeiras assim. Pensei que estivesse blindada. Tentei reverter e acabei perdendo mais coisa ainda. Parei com tudo e forcei o computador a encerrar. Recuperei alguns arquivos abertos, mas a pasta dos livros lidos, não. Dizer o que: li quarenta e seis livros em onze meses e meio (dois inacabados: “Detetives Selvagens” de Bolãno e “Poesias” de alguém que esqueci o nome: Eliot?). Ainda não tinha definido meu livro favorito do ano: Memórias de Jung? 41 inícios falsos, de Janet Malcolm? Pedro Páramo? Certeza tenho dos dois últimos livros lidos e odiados: um útero do tamanho de um punho, de angélica freitas e A verdade é uma caverna nas montanhas negras, de Neil Gaiman. Deve ter sido castigo. Meti pau. Levei pau. Vou buscar na memória e nas prateleiras pra listar os títulos lidos e perdidos durante o ano.

As capas de alguns livros que amo

Nesta pandemia fui convidada a alguns desafios. O último foi o de publicar, durante 7 dias consecutivos, capas de livros que eu amo. Nada de críticas, resenhas ou comentários. Apenas capas. Como estou no RS, distante da minha biblioteca, fui buscar no blog a relação de livros lidos e aprovados. Certamente existem muitos outros livros, lidos anos atrás, que amei mais, dos quais agora não me recordo. Assim, os livros citados   foram lidos entre 2018 e 2020. Optei por trazer variados estilos: alta literatura, psicologia, biografia, poesia e autoajuda. Esta foi a relação para o desafio no Facebook.