Pescaria no Alasca

 IMG_7627A bem da verdade a pescaria deveria ser de salmão Rei ou Imperial. Do tipo grande, que chega em cardume e que deveríamos disputar a tapa com os ursos na beira dos riachos degelados do Alasca. Mas, quinze vinte dias antes de chegarmos, uma grande nevasca alterou os planos de todo mundo, atrapalhando a subida dos salmões e a pescaria de todos, ursos e pescadores. Sem salmões, decidimos experimentar a pesca da truta no estilo “fly fish”, pra aproveitar, já que estávamos passando pela região. OK. A emoção é outra.

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Nosso grupo foi de quatro meninos – metidos a pescadores – e uma menina (eu) – metida a fotógrafa. Sou gema de família de pescadores, meu marido sabia disso e nada falou. Também me calei e me fiz de desentendida. Até por que “fly fish” no Alasca é muito diferente que pescar lambari de caniço no Rio Taquari.

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E fomos. Hora de vestir roupa apropriada, iscas, ensaiar passos e arremessos.

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Pairava no ar gracejos de quem tiraria a primeira truta, quem pescaria mais … e eu fotografando tudo e todos.

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Com todos munidos de flys, e devidamente posicionados, meu instrutor me conduziu a um lugar no meio da lama e foi me orientando como fazer com o fio, pegou minha mão e juntos jogamos o fio na água e, … juntos pegamos a primeira truta. Gritei, pulei, saltitei, esganicei. Um a zero para as meninas.

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Os meninos ficaram só olhando e começaram a mudar suas posições em torno do lago. Me acalmei e fiz tintin por tintin como Taylor me explicou. Meu marido gritou e também pegou uma truta, lá longe. Que bom. Empatados.

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Aí eu peguei mais uma, duas, três, quatro. Total de cinco trutas. Todas devidamente aclamadas em alto e bom som. Os meninos também pegaram algumas trutas que fui contando com o canto do olho e na ponta dos dedos – a esta altura já havia se instalado uma silenciosa competição entre meninos e menina – entre comentários de “mulher deveria ser proibida de ir pescar”, e “com esta gritaria devia levar um tiro”.

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É, os ânimos ficaram exaltados, e eu, achei que cinco trutas já estavam de bom tamanho, resolvi  recolher meu fly, tirar fotos e me afastei, enquanto meus companheiros protestavam, reclamavam e contavam. Hoje, a pescaria é o assunto mais pantanoso da nossa viagem. Ninguém fala. Por isso resolvi escrever. Sei que eles não vão ler. A contagem final é segredo de Estado. Se eu revelar, temo que nunca mais serei convidada para pescar, ou algo pior.

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Conhecemos o fly fish ao ver “Nada é para sempre” com Brad Pitt e nos encantamos com a serenidade e a elegância da pesca. No lodo a elegância é outra.

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